"Christine" anuncia o triunfo da máquina
INÁCIO ARAUJO
crítico da Folha de S. Paulo
A idéia de um cinema pessoal rareia, quando o preço dos filmes sobe de maneira desmedida e é preciso, antes de mais nada, posicionar-se no mercado.
O fenômeno verificou-se de maneira intensiva ao longo dos anos 80. Nos EUA, os filmes "blockbuster" introduziram uma nova tendência na exibição dos filmes, que passaram a ser lançados simultaneamente em muitos cinemas e explorados por um período curto de tempo.
O velho "boca a boca", a propaganda que um fazia para outro, perdeu a importância, enquanto cresceu a do aparato publicitário. Não foi à toa que Hollywood fez renascer o "star system" (mais um caso da história se repetindo como farsa), difundiu a cultura do "making of" (o suposto conhecimento dos bastidores), investiu na difusão de cifras (raciocínio induzido: se rendeu "x" num fim de semana, deve ser bom).
Ou seja, tudo tornou-se muito rápido: tanto a vida útil do filme na tela (que logo devia passar ao vídeo, ao DVD, à TV paga) como a percepção do público sobre virtudes capazes de levá-lo a comprar um ingresso.
Com isso, viu-se desaparecer toda uma geração de realizadores pessoais. Que foi feito de Peter Bogdanovich, Paul Schrader, Richard Sarafian etc? Outros conseguem manter-se à tona, como Scorsese, Brian de Palma ou, a duras penas, Francis Coppola.
Um que ameaça desaparecer é John Carpenter. Convém aproveitar, portanto, e ver ou rever "Christine - O Carro Assassino", pequena obra-prima de terror sobre a máquina que assume sua autonomia e volta-se contra o mundo dos humanos.
É um filme de 1983 com espírito dos 70. A cada sequência sente-se a mão de Carpenter. Como comparação: "Uma Vida em Sete Dias", que está entrando nos cinemas, não poderia muito bem ser dirigido por um computador? Terão as máquinas vencido?
INÁCIO ARAUJO
crítico da Folha de S. Paulo
A idéia de um cinema pessoal rareia, quando o preço dos filmes sobe de maneira desmedida e é preciso, antes de mais nada, posicionar-se no mercado.
O fenômeno verificou-se de maneira intensiva ao longo dos anos 80. Nos EUA, os filmes "blockbuster" introduziram uma nova tendência na exibição dos filmes, que passaram a ser lançados simultaneamente em muitos cinemas e explorados por um período curto de tempo.
O velho "boca a boca", a propaganda que um fazia para outro, perdeu a importância, enquanto cresceu a do aparato publicitário. Não foi à toa que Hollywood fez renascer o "star system" (mais um caso da história se repetindo como farsa), difundiu a cultura do "making of" (o suposto conhecimento dos bastidores), investiu na difusão de cifras (raciocínio induzido: se rendeu "x" num fim de semana, deve ser bom).
Ou seja, tudo tornou-se muito rápido: tanto a vida útil do filme na tela (que logo devia passar ao vídeo, ao DVD, à TV paga) como a percepção do público sobre virtudes capazes de levá-lo a comprar um ingresso.
Com isso, viu-se desaparecer toda uma geração de realizadores pessoais. Que foi feito de Peter Bogdanovich, Paul Schrader, Richard Sarafian etc? Outros conseguem manter-se à tona, como Scorsese, Brian de Palma ou, a duras penas, Francis Coppola.
Um que ameaça desaparecer é John Carpenter. Convém aproveitar, portanto, e ver ou rever "Christine - O Carro Assassino", pequena obra-prima de terror sobre a máquina que assume sua autonomia e volta-se contra o mundo dos humanos.
É um filme de 1983 com espírito dos 70. A cada sequência sente-se a mão de Carpenter. Como comparação: "Uma Vida em Sete Dias", que está entrando nos cinemas, não poderia muito bem ser dirigido por um computador? Terão as máquinas vencido?
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