"TERRA BRUTA" OBSERVA DILACERAÇÃO AMERICANA
INÁCIO ARAUJO
"Terra Bruta" tem o encanto de juntar James Stewart e Richard Widmark. O primeiro, é um xerife bonaçhão. O segundo, um militar tenso. As diferenças entre as personalidades e natureza de suas ocupações aparecerão com clareza ao longo de uma história próxima à de "Rastros de Ódio" (1956), considerado a obra-prima de John Ford.
A trama propriamente dita diz respeito à busca de brancos raptados pelos índios. E John Ford, que estava no seu melhor momento, tira todas as consequências desse conflito trágico. Pode-se sempre preferir "Rastros de Ódio" (imbatível no ramo), mas "Terra Bruta" continua um filme vivo como poucos, onde toda a força de Ford para trabalhar o mito americano volta-se para a observação de seu dilaceramento.
É um desses filmes de Ford em que a dureza (sobretudo do meio para o fim) triunfa sobre a leveza, sem que se perca nada do encanto.
(texto publicado na Folha de S. Paulo do dia 22 de março de 1994)
1 Comments:
Pois é, caro crítico, hiper valorizam Rastros de Odio, e se esqeucem de outros filmes relevantes da filmografia de Ford, como no caso de Terra Bruta. e Um Rastros de Odio revistado, nao tem aquele clima de Homero e sua Odisseia, a obscessao, como a etan, e posta de lado, mas mostra sim, o home branco, se torna um "selvagem". Em tapo, nao da pra enteder, como esse filme foi sequer lançado no mercado brasileiro!
By sei la, at 4:03 PM
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