RALO, NÃO PROFUNDO
INÁCIO ARAUJO
Só existe um personagem em “O Cheiro do Ralo”, que é a matéria fecal. Esse personagem único permanece fora de quadro durante todo o filme. Só temos contato com suas metáforas (o personagem), eufemismos (a bunda feminina) e simbologia (o dinheiro). Me parece que o encantamento provocado junto a parcelas do público deve-se a essa enunciação truncada, como essas piadas de teatro de revista que dizem tudo sem dizer nada.
Ao mesmo tempo, “O Cheiro” traz um ponto de vista muito claro sobre a espécie humana. Ela própria não é senão merda, personagem principal que se difunde por pessoas e ambientes. Nesse sentido, Heitor Dhalia retoma o pessimismo dandinesco e um tanto monocórdico de “Nina”: o humano é a merda do homem.
Tenho a impressão de que o filme satisfaz um gosto atual pelo impacto e se dá bem na medida em que suas posições são bem claras, unívocas, ao mesmo tempo em que a fábula dá a impressão de cultivar o mistério das coisas. Me parece também que seu interesse é bastante restrito, rápido, epidérmico.
INÁCIO ARAUJO
Só existe um personagem em “O Cheiro do Ralo”, que é a matéria fecal. Esse personagem único permanece fora de quadro durante todo o filme. Só temos contato com suas metáforas (o personagem), eufemismos (a bunda feminina) e simbologia (o dinheiro). Me parece que o encantamento provocado junto a parcelas do público deve-se a essa enunciação truncada, como essas piadas de teatro de revista que dizem tudo sem dizer nada.
Ao mesmo tempo, “O Cheiro” traz um ponto de vista muito claro sobre a espécie humana. Ela própria não é senão merda, personagem principal que se difunde por pessoas e ambientes. Nesse sentido, Heitor Dhalia retoma o pessimismo dandinesco e um tanto monocórdico de “Nina”: o humano é a merda do homem.
Tenho a impressão de que o filme satisfaz um gosto atual pelo impacto e se dá bem na medida em que suas posições são bem claras, unívocas, ao mesmo tempo em que a fábula dá a impressão de cultivar o mistério das coisas. Me parece também que seu interesse é bastante restrito, rápido, epidérmico.
4 Comments:
Anonymous, enfie-se num ralo e não saia mais de lá, vai...
Assim você ainda consegue fazer o crítico se desencantar de vez com o blog e postar menos ainda!
Para que você vem aqui infernizar? Você consegue ser muito mais intolerante e virulento do que supostamente o são aqueles que critica.
Você tem um blog? Dê-nos a oportunidade de entrar lá e compartilharmos com você nossa opinião.
Mas não venha mais aqui torrar a paciência... e se proteger sob um ridículo anonimato.
By Anonymous, at 10:51 AM
Carlos, que também está no anonimato, mesmo eu sabendo quem ele é, é amigo do Inácio. E raivoso, quer ir no meu blog descontar toda a fúria petista assassina, realizador assassino com visão de mundo distorcida que também tem e é.
By Anonymous, at 3:33 PM
Inácio...enfim achei seu canto...
O que disse sobre 'O cheiro do Ralo'...hoje em dia tudo é rapido e restrito. Até os chuveiros modernos que compramos na lojas (acho que não é uma boa comparação, ms estou com isso na cabeça...hehehe).
abraço,
Emerson
Belo Horizonte
emegomes@hotmail.com
By Anonymous, at 5:53 PM
Inácio,
acho que esta é uma das poucas avaliações que não concordo contigo. Gostei muito de O CHEIRO DO RALO e achei o filme muito mais "humanizado" (a palavra é terrível) que NINA, graças a performance de Selton Mello. Escrevi sobre o filme no Reduto. De qualquee maneira não perca o brasileiríssimo QUERô, de Carlos Cortez, que remete a Roberto Santos e o Roberto Farias, de ASSALTO AO TREM PAGADOR.
Quanto ao rabino Sobel, qualquer neófito é capaz de perceber que ele está com o "Mal de Alzheimer".
P.S. - Espero que seu desafeto anônimo não esteja se referindo a mim como o tal "realizador petista e assassino" porque - além de não ser petista [parece piada!]- esta é a primeira vez que escrevo para seu blog e nunca precisei me esconder atrás de niks apócrifos.
By Anonymous, at 9:21 PM
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