CINEMA É FEITO POR DUPLAS
INÁCIO ARAUJO
O cinema gosta de duplas: Gordo e Magro, Marlene e Von Sternberg, Dean Martin e Jerry Lewis, Coppola e Mario Puzo etc.
Cinema é um ato de amor, coisa que se faz a dois. Ou a três em certos casos, já que os irmãos Farrelly são dois (Peter e Bob) para começar. Talvez os dois Farrelly formem um termo, o segundo então seria Jim Carrey.
"Quem Vai Ficar com Mary?" ilustra bem o que ocorre com os Farrelly à distância de Jim. Eles usam bons atores (Cameron Diaz, Matt Dillon, Ben Stiller), mas as coisas parecem sair dos eixos - talvez por serem atores, não comediantes.
(texto publicado na Folha de S. Paulo do dia 22 de outubro de 2003)
5 Comments:
Comentário um tanto evasivo, talvez por restrição da redação do jornal. Sai dos eixos por quê ? Somente pelo fato dos protagonistas não serem comediantes de ofício ? Pois penso que os atores citados emprestaram boas performances, num filme em que o personalismo de Carey poderia eventualmente atrapalhar. Tornaria-se um "Quem vai ficar com Carey ?".
By Anonymous, at 6:54 AM
Hoje, com o tempo, pode-se notar que Carrey até atrapalha...Nunca entendi esse culto em torno dele,na verdade.Pra mim, ele sempre foi um sub-Lewis,muito embora me parece que ele possa ainda ter uma carreira mais bem-sucedida no drama, pelo Brilho de uma mente sem lembranças, que não tem nada demais como obra,mas sua atuação está boa e modesta,pelo memos,até onde me lembro.
Diego,vc não tem aí textos sobre as obras do Clint Eastwood?
By A.C., at 8:20 AM
Alessandro, eu tenho algumas coisas aqui sobre os filmes mais recentes dele - "Crime Verdadeiro", "Dívida de Sangue", etc.
By Anonymous, at 3:29 AM
É possível que vocês tenham razão, não sei.
Ou melhor, acho que as coisas se movem. "Mary" me parece um pouco dispersivo por falta de um ator em quem concentrar o humor, como era o caso de Carrey (e não importa gostar dele ou não: a inventividade vistual de "Debi e Loide" é delirante). Já o "Antes Só do que Mal..." parece completar uma transição. Carrey, para quem gosta ou não, tornou-se dispensável.
By Anonymous, at 2:50 PM
Oi Inacio, aproveitando essa brecha sobre Carrey, e humor, acho que seria interessante divulgar um curta -metragem que assisti recentemente.
Trata-se de um curta universitário (acredito que da FAAP)interpretado por um ator grandioso da "Boca do Lixo" Ênio Gonçalves, do Filme Demência. Nesse curta pude encontrar um humor muito sutil, e refinado, mas que ao mesmo tempo resgata a angústia e a agônia da terceira idade.
Gostaria que você tivesse contato com esse material, pois como apreciador do trabalho de Ênio, gostaria de ver mais vezes seu trabalho, e quem sabe, trazer de volta para as telas essa figura que um dia foi tão marcante no Cinema nacional.
By Anonymous, at 2:00 AM
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