BRASILIA
INÁCIO ARAUJO
Passei só o fim de semana no Festival de Brasília. Tempo de ver "O Engenho de Zé Lins", documentário muito afetivo do Vladimir Carvalho sobre José Lins do Rego.
"Batismo de Sangue" talvez seja o melhor de Ratton, como fatura, o que não quer dizer grande coisa. Gostei dos atores que fazem os padres. Ótimos e com cara de padres. O que faz o frei Betto, me disseram que é o mesmo que fez o Cazuza. O cara é bom mesmo.
O roteiro eu não entendi muito bem: começa como história do frei Betto e termina como história do frei Tito.
Mas o problema é a tortura e os torturadores. Como alguém disse "vamos combinar que eles são maus e pronto?". Pra que submeter Cassio Gabus Mendes a interpretar um delegado Fleury francamente ridículo? Ainda não deu para perceber que Fleury é um personagem desinteressante, um mero psicopata que convinha aos milicos em dado momento? Mais vale passar por isso.
As cenas de tortura são pornográficas. Godard tinha razão quando falou que Spielberg ia transformar o Holocausto em Disneylândia. Leia-se: Holocaustos. Em suma, no que diz respeito a essa parte me parece das piores coisas que eu vi, com "A Paixão de Cristo", do Mel Gibson, e o nosso "Prata Palomares".
Agora, a parte do catolicismo parece sincera. A grua ascendente depois do suicídio do frei Tito acho que é expressão do que sente o Ratton; suicidou-se porque foi martirizado, mas foi para o céu.
Eu não vejo a coisa tão rósea assim, mas quem quiser ver tem o direito. Em suma, um filme fraco.
INÁCIO ARAUJO
Passei só o fim de semana no Festival de Brasília. Tempo de ver "O Engenho de Zé Lins", documentário muito afetivo do Vladimir Carvalho sobre José Lins do Rego.
"Batismo de Sangue" talvez seja o melhor de Ratton, como fatura, o que não quer dizer grande coisa. Gostei dos atores que fazem os padres. Ótimos e com cara de padres. O que faz o frei Betto, me disseram que é o mesmo que fez o Cazuza. O cara é bom mesmo.
O roteiro eu não entendi muito bem: começa como história do frei Betto e termina como história do frei Tito.
Mas o problema é a tortura e os torturadores. Como alguém disse "vamos combinar que eles são maus e pronto?". Pra que submeter Cassio Gabus Mendes a interpretar um delegado Fleury francamente ridículo? Ainda não deu para perceber que Fleury é um personagem desinteressante, um mero psicopata que convinha aos milicos em dado momento? Mais vale passar por isso.
As cenas de tortura são pornográficas. Godard tinha razão quando falou que Spielberg ia transformar o Holocausto em Disneylândia. Leia-se: Holocaustos. Em suma, no que diz respeito a essa parte me parece das piores coisas que eu vi, com "A Paixão de Cristo", do Mel Gibson, e o nosso "Prata Palomares".
Agora, a parte do catolicismo parece sincera. A grua ascendente depois do suicídio do frei Tito acho que é expressão do que sente o Ratton; suicidou-se porque foi martirizado, mas foi para o céu.
Eu não vejo a coisa tão rósea assim, mas quem quiser ver tem o direito. Em suma, um filme fraco.
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