HANNIBAL - A ORIGEM DO MAL
INÁCIO ARAUJO
Para quem acha que a vida não vale a pena, a novidade é: Hannibal - A Origem do Mal" vai mostrar que a coisa ainda pode ser muito pior.
Já para quem entende que o cinema é uma instituição sem futuro, como os irmãos Lumière, por sinal, entendiam, as novas aventuras de Hannibal, o canibal, poderão funcionar como prova definitiva.
Aos fatos: Hannibal Lecter surgiu para o cinema em 1991, em "O Silêncio dos Inocentes", a obra-prima de Jonathan Demme. Mais tarde, tornou-se caricatura de si mesmo, pelas mãos de Ridley Scott, que fez uma sequência infame da história do assassino canibal.
Isso não era suficiente. Mesmo desnaturado, Hannibal guardava um segredo: como chegou a ser o que é! Ah, as origens, as causas. Parece que o mundo não anda sem causas. Então aí estão elas: no final da Segunda Guerra, o menino Hannibal vê sua família morrer na Lituânia e sua irmãzinha ser comida (literalmente, entenda-se) por saqueadores.
Cresce, sozinho, em um orfanato estatal, na URSS, de onde foge a pé, atravessando Polônia, Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental, até chegar a Paris. Ali, aparentemente, adquirirá o sotaque e os modos de "gentleman" psicopata e britânico que conhecemos.
Esse homem que no passado conhecemos por suas deduções brilhantes e enigmáticas, por sua intransigência raivosa com a vullgaridade humana, aqui se dedicará a algo mais singelo: uma vingança.
O bando que matou sua irmãzinha é composto por cinco ou seis homens. Acompanhamos cada morte apaixonadamente, perguntando-nos quantas faltam para o filme acabar e sermos libertados do show de banalidade a que o jovem Hannibal parece ter condenado o seu espectador.
Algumas remarcas. 1) Em meio a toda essa desgraceira, sobra o último crime como exemplo infelizmente único no filme de como fazer as coisas sinteticamente. 2) A parte da formação de Hannibal em Paris não é má, embora não chegue a ser nenhuma maravilha. 3) Da série é tão ruim que é até bom, é preciso reter o momento em que Hannibal faz explodir uma barcaça de rio com tanto estardalhaço que o pessoal da cidade deve ter pensado que havia ocorrido um terremoto. Impassível, o inspetor de polícia diz a seu auxiliar: "Chame os bombeiros". Com efeito, chame.
INÁCIO ARAUJO
Para quem acha que a vida não vale a pena, a novidade é: Hannibal - A Origem do Mal" vai mostrar que a coisa ainda pode ser muito pior.
Já para quem entende que o cinema é uma instituição sem futuro, como os irmãos Lumière, por sinal, entendiam, as novas aventuras de Hannibal, o canibal, poderão funcionar como prova definitiva.
Aos fatos: Hannibal Lecter surgiu para o cinema em 1991, em "O Silêncio dos Inocentes", a obra-prima de Jonathan Demme. Mais tarde, tornou-se caricatura de si mesmo, pelas mãos de Ridley Scott, que fez uma sequência infame da história do assassino canibal.
Isso não era suficiente. Mesmo desnaturado, Hannibal guardava um segredo: como chegou a ser o que é! Ah, as origens, as causas. Parece que o mundo não anda sem causas. Então aí estão elas: no final da Segunda Guerra, o menino Hannibal vê sua família morrer na Lituânia e sua irmãzinha ser comida (literalmente, entenda-se) por saqueadores.
Cresce, sozinho, em um orfanato estatal, na URSS, de onde foge a pé, atravessando Polônia, Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental, até chegar a Paris. Ali, aparentemente, adquirirá o sotaque e os modos de "gentleman" psicopata e britânico que conhecemos.
Esse homem que no passado conhecemos por suas deduções brilhantes e enigmáticas, por sua intransigência raivosa com a vullgaridade humana, aqui se dedicará a algo mais singelo: uma vingança.
O bando que matou sua irmãzinha é composto por cinco ou seis homens. Acompanhamos cada morte apaixonadamente, perguntando-nos quantas faltam para o filme acabar e sermos libertados do show de banalidade a que o jovem Hannibal parece ter condenado o seu espectador.
Algumas remarcas. 1) Em meio a toda essa desgraceira, sobra o último crime como exemplo infelizmente único no filme de como fazer as coisas sinteticamente. 2) A parte da formação de Hannibal em Paris não é má, embora não chegue a ser nenhuma maravilha. 3) Da série é tão ruim que é até bom, é preciso reter o momento em que Hannibal faz explodir uma barcaça de rio com tanto estardalhaço que o pessoal da cidade deve ter pensado que havia ocorrido um terremoto. Impassível, o inspetor de polícia diz a seu auxiliar: "Chame os bombeiros". Com efeito, chame.
2 Comments:
Inácio
Na verdade a primeira aparição no Hannibal é num grande filme. O Manhunter do Michael Mann. Ele não é um personagem central, mas cumpre bem o papel.
Ah! E Brian Cox faz o canibal.
By Francis Vogner dos Reis, at 8:43 AM
Tudo o que fizeram depois de O Silêncio Dos Inocentes foi caça-níquel. Jodie Foster percebeu a enrascada. Dragão Vermelho é um dos filmes mais burocráticos, engessados e formulaicos que já surgiram. Nem vou perder tempo com este, apesar de considerar o rapaz um bom ator
By Anonymous, at 10:01 AM
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