JOGO DE CENA
INÁCIO ARAUJO
Do Coutinho eu não falo. Não há o que o falar. Está tudo lá. Ou quase. Queria lembrar que o filme começa com um anúncio pedindo "atrizes para filme documentário". Como assim? Uma vez eu entrevistei o Coutinho. Ele se definiu: "Eu Sou um jansenista".
Ou seja: ele não é um gênio. Ele apenas sabe o que faz. Ninguém pense que aquilo brota na cabeça de um velhinho inocente. Isso não tem nada de inocente.
Somos os últimos de uma era, disse o Julio Bressane outro dia. Esse também sabe o que fala e o que filma. Não é chegar e ir rodando a manivela.
INÁCIO ARAUJO
Do Coutinho eu não falo. Não há o que o falar. Está tudo lá. Ou quase. Queria lembrar que o filme começa com um anúncio pedindo "atrizes para filme documentário". Como assim? Uma vez eu entrevistei o Coutinho. Ele se definiu: "Eu Sou um jansenista".
Ou seja: ele não é um gênio. Ele apenas sabe o que faz. Ninguém pense que aquilo brota na cabeça de um velhinho inocente. Isso não tem nada de inocente.
Somos os últimos de uma era, disse o Julio Bressane outro dia. Esse também sabe o que fala e o que filma. Não é chegar e ir rodando a manivela.
1 Comments:
Realmente, teste para "atriz de documentário"? Como assim?
O filme é maravilhoso! É incrível como Coutinho consegue, com aparentemente pouco, multiplar as possilibilidades de significação, num jogo de espelhos e ecos que reverberam de uma seqüência para outra.
Faz pensar em um número de questões: o que é representar? o que significa narrar uma história? como? para quem? para quê (para aparecer em um documentário? para ser visto? por quem?)
Tem razão, Inácio. Está tudo ali. E Coutinho faz tudo direito: desde as escolhas do que entra (e o que fica de fora), passando pela ordem em que aparecem os depoimentos, até o modo como a coisa vai crescendo em desdobramentos, tornando o filme mais denso e interessante a cada minuto.
Vi duas vezes, e acho que uma terceira me revelaria ainda mais sutilezas.
Abraços,
Carlos
By Anonymous, at 6:28 PM
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