Canto do Inácio

Thursday, January 31, 2008

PARA O BELMONTE
INÁCIO ARAUJO

Belmonte, desculpe a demora em responder, mas estive fora, sem e-mail etc.

Quanto ao teu filme, não fiz uma crítica, dura ou não, a respeito. Apenas comentei um aspecto que me chamou a atenção. A semelhança não é com o filme (estilística), mas com a história. Não significa que se tenha feito um plágio conscientemente. Às vezes alguém ouve uma conversa em que se conta uma história, retém aquilo e não sabe de onde vem. No mais, nem acho uma história assim tão boa.

A questão não é essa. E sim: suponho que esse roteiro tenha passado por várias instâncias, por várias mãos, por vários olhos. Ninguém notou? Ninguém chamou a atenção para o fato? Ninguém lê livros ou vê filmes? E meus colegas críticos, não se deram conta também?

É uma falha, uma capengada – não que leve a fulminar um filme com um raio, mas é um problema para o filme, sim.

Mas se fosse isso não haveria problema. A Fogueira é um filme com 10 anos ou pouco mais do que isso, de um diretor famoso, que retoma um livro também recente e de enorme sucesso. Se ninguém nota que existe um decalque de parte daquela história, que dirá quando o decalcado for O Tesouro de Sierra Madre, digamos?

A gente precisa ter mais cuidado com isso.

1 Comments:

  • Oi Inácio, obrigado pela resposta. Eu acho apenas que não chegaremos a um consenso aqui, pois discordo da premissa qdo diz que a história, ou parte dela como vc disse anteriormente, é um decalque. E se o outro roterista, os produtores,atores, a equipe, pessoas consultadas a posteriore do seu post e seus colegas criticas não notaram nem em Tiradentes nem em Brasília tal semelhança. Talvez não seja pq capengaram, apenas tb não concordam sua premissa de que ter no filme citado um atropelamento e fuga seja um tipo de plágio. Pq se for isso ,como já disse antes, o Fabricioo Klein vai querer me processar e tb tantas outras pessoas que aparecem em histórias em jornais que se lê de conteúdo idêntico que vi aos montes do meu tempo de Brasília e que de fato serviram de inspiração como já te falei tb.Ms sei lá, tb não quero transformar isso aqui num Fla-Flu e sinto que é necessário mais tempo pra achar aonde está o buraco( mais embaixo ou mais acima) pra resolver tal questão do que por troca de msgs virtuais. Fico realmente querendo um dia mais adiate te encontrar pessoalmente pra gnt conversar melhor se for o caso. Até tb pra te mostrar um novo filme meu pq vai que isso se repete pra vc.Tb acho que devia ver a fogueira das vaidades como o Valente sugeriu mas, ai quem pede desculpas sou eu,aquele post anterior me deixou meio na quisila por um tempo com esse assunto adiando o momento pra te dar total razão ou discordar sem pestanejar.Só reforço, que se vc viu A Concepção deduzirá que até gosto de samplers, colagens e outras coisas pos modernas, e admiro mt cineastas que fazem isso com brilhantismo como o Tarantino (cães de aluguel e aquele filme chines que esqueci o nome) e o próprio De Palma (Dublé de Corpo- Um corpo que cai e janela indiscreta) ms sinceramente não acho que seja o caso aqui. Essa frase final ficou meio ambigua, mas acho que era pra ser mesmo. Enfim,Inácio, apesar de tudo, reforço a admiração que tenho pelo seu pensamento como crítico mesmo na discordância. abraços Belmonte

    By Anonymous Anonymous, at 9:33 AM  

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