Canto do Inácio

Sunday, March 22, 2009

COM ELIA KAZAN, CINEMA ENCONTRA SERES COMPLEXOS
INÁCIO ARAUJO


Não é todo dia que alguém faz um filme como "Uma Rua Chamada Pecado". Isto é, não é todo dia que alguém traz para a tela, pela primeira vez, a dramaturgia de Tennessee Williams.

Estávamos em 1951 e, de repente, o cinema (norte-americano) se enchia de seres complexos, contraditórios, ricos e precários. O cinema deixava de ser um Olimpo e descia aos homens.

Não é surpreendente que tenha sido Elia Kazan a realizar a proeza. Ele que chegara ao cinema com a fama de um dos maiores diretores de teatro dos EUA. Agora, ele assumia plenamente esse lado teatro e deixava de lado uma série de convenções do cinema. Trocava-as pelas mais adultas do teatro, é verdade. Mas a troca era vantajosa: dela, vinha a história de Blanche Dubois e do seu conflito com o grosseiro Kowalski.

Que, por sinal, era o personagem que introduzia Marlon Brando no cinema. De maneira que Kazan trazia o cinema ao mundo dos homens. Mas nem tanto assim.

(texto publicado na Folha de S. Paulo do dia 18 de abril de 2008)

1 Comments:

  • Glauber em Terra em Transe cita Mário Faustino: "Não conseguiu firmar o nobre pacto/ Entre o cosmos sangrento e a alma pura /(...) Gladiador defunto mas intacto/ Tanta violência mas tanta ternura".

    By Blogger jose, at 6:35 PM  

Post a Comment

<< Home