INÁCIO ARAUJO
É estranha, às vezes, a sorte dos diretores da nouvelle vague. Como críticos, preconizaram - ao mesmo tempo - um cinema pessoal e de entretenimento. A maior parte deles, quando passou à direção, colocou o caráter pessoal da obra à frente do entretenimento.
Mesmo um "entertainer" autêntico, como François Truffaut, acabou vendo criada toda uma mitologia em torno de si. Sobrou na história Claude Chabrol, fiel ao filme de gênero, ao suspense - enfim, a uma concepção de cinema abandonada, justamente, em favor do fetiche do autor.
No suspense perfeito que é "O Açougueiro", há o interior da França, a sexualidade tormentosa. Imagens recorrentes na obra de Chabrol, autor - sim, autor- tremendamente crítico da França e seus costumes.
(texto publicado na Folha de S. Paulo do dia 20 de junho de 2005)
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