OURO PRETO
INÁCIO ARAUJO
Estive em Ouro Preto rapidamente. Nos dias que passei lá, o Cineop - Mostra de Cinema de Ouro Preto - esteve à altura da cidade, o que não é pouca coisa.
Muito boa a estratégia: pequenos festivais não conseguiriam competir com Brasília ou Gramado. Em vez disso, a Cineop se propôs como um fórum de debates sobre a questão da memória, o que além do mais é bem apropriado para o local.
O Cléber Eduardo, curador, misturou filmes atuais (Baixo, Cão sem Dono) e filmes dos anos 50, que eram o tema. Com isso, pudemos ver "Tudo Azul" restaurado, que é um bom meio filme de Moacyr Fenelon, e que marcou Nelson Pereira dos Santos na feitura do Rio Zona Norte.
Digo que é um bom meio filme, porque do meio para o fim tudo é uma sucessão de números musicais, em geral bem de segunda categoria.
Importante: o seminário se deu em torno de memória e centrado nos anos 50, já que tudo girava em torno do NPS.
Além de "Tudo Azul" e da história do seu restauro (não se encontraram alguns diálogos, foi preciso encontrar as falas com ajuda de especialistas em leitura labial e depois dublá-los, etc., o que dá medida das dificuldades desse tipo de empreitada), foi possível ver "O Saci", em presença do Rodolfo Nanni.
Os debates em torno dos anos 50, abordando questões críticas, mas, sobretudo, de preservação, foram terrivelmente instrutivos.
O que deu errado: a cerimônia de abertura. Primeiro, o homenageado, NPS, não veio (ou não pôde vir, o que dá mais ou menos no mesmo). Segundo, o Rio 40 Graus exibido era em beta, com imagem muito ruim. Isso é secundário. Temos aí uma mostra voltada não à badalação, mas ao aperfeiçoamento dos técnicos, professores, colecionadores, conservadores. Colocar em diálogo essas pessoas que muitas vezes nem se conheciam é um tremendo e original feito.
INÁCIO ARAUJO
Estive em Ouro Preto rapidamente. Nos dias que passei lá, o Cineop - Mostra de Cinema de Ouro Preto - esteve à altura da cidade, o que não é pouca coisa.
Muito boa a estratégia: pequenos festivais não conseguiriam competir com Brasília ou Gramado. Em vez disso, a Cineop se propôs como um fórum de debates sobre a questão da memória, o que além do mais é bem apropriado para o local.
O Cléber Eduardo, curador, misturou filmes atuais (Baixo, Cão sem Dono) e filmes dos anos 50, que eram o tema. Com isso, pudemos ver "Tudo Azul" restaurado, que é um bom meio filme de Moacyr Fenelon, e que marcou Nelson Pereira dos Santos na feitura do Rio Zona Norte.
Digo que é um bom meio filme, porque do meio para o fim tudo é uma sucessão de números musicais, em geral bem de segunda categoria.
Importante: o seminário se deu em torno de memória e centrado nos anos 50, já que tudo girava em torno do NPS.
Além de "Tudo Azul" e da história do seu restauro (não se encontraram alguns diálogos, foi preciso encontrar as falas com ajuda de especialistas em leitura labial e depois dublá-los, etc., o que dá medida das dificuldades desse tipo de empreitada), foi possível ver "O Saci", em presença do Rodolfo Nanni.
Os debates em torno dos anos 50, abordando questões críticas, mas, sobretudo, de preservação, foram terrivelmente instrutivos.
O que deu errado: a cerimônia de abertura. Primeiro, o homenageado, NPS, não veio (ou não pôde vir, o que dá mais ou menos no mesmo). Segundo, o Rio 40 Graus exibido era em beta, com imagem muito ruim. Isso é secundário. Temos aí uma mostra voltada não à badalação, mas ao aperfeiçoamento dos técnicos, professores, colecionadores, conservadores. Colocar em diálogo essas pessoas que muitas vezes nem se conheciam é um tremendo e original feito.
6 Comments:
ué? fiz um comentário no post de ontem, publicado lá pela 10 da manhã, mas não só não leio o comentário como o post foi retirado! amarelou?
Fula da Vida
By Anonymous, at 7:37 AM
O post foi retirado porque não havia razão de permanecer, pois se tratava de um complemento à nota publicada abaixo (do dia 20).
Como a discussão se estendeu, naturalmente, à caixa de comentários e por lá o Inácio contra-argumentou os argumentos de alguns anônimos, o post foi retirado. É só.
By Diego, at 9:54 AM
essa mostra é ruim pra cacete... a curadoria so chamou os "queridinhos"...
By Anonymous, at 3:54 PM
Bem, sempre que ponho comentários nesse blog eles são ignorados. Quando não, são censurados mesmo. Inácio, você é talvez o maior crítico de cinema do país, mas me explique uma coisa. Quando o Moniz Viana ou Ely Azeredo fala que os números musicais de chanchada são vulgares ou ruins ele é reacionário. Por que quando uma pessoa como você fala isso não é reacionário ?
Duke Viana
By Anonymous, at 12:59 PM
E não tem essa, esses festivais só existem pra serem lugar desses novos e não tão jovens críticos aparecerem. Pode ser até que eles estejam preocupados com a história do nosso cinema. Mas é somente com uma parte. Os conheço pessoalmente, não são más pessoas apenas uns pobres diabos que leram meia dúzia de livros e agora acham que estão desafiando a "crítica oficial". Bulhufas. Se fizessem um trabalho mais humilde, seriam mais respeitados porque muitos deles tem realmente talento.
Duke Viana
By Anonymous, at 1:03 PM
Duke Viana,
à questão referente ao Moniz Vianna e ao Ely Azeredo, não sei te responder, ou melhor, não é a mim que cabe responder, porque não sou eu quem diz isso.
quanto ao festival, ele juntou pesquisadores universitários, não universitários, colecionadores, responsáveis por órgãos públicos, restauradores e até críticos. Eu vejo de outra maneira o trabalho desses críticos, e me parece saudável que haja discordâncias, maneiras de olhar diferentes. E eles não leram meia-dúzia de livros, não.
P.S. - Não responder não quer dizer que ignoro, mas que não tenho tempo. Agora, se é coisa sem critério, xingamento, imbecilidade, aí não dá pra responder mesmo.
By Anonymous, at 9:02 PM
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