MEIA-ENTRADA
INÁCIO ARAUJO
Não sei por que, cada vez que vejo a classe artística aplaudindo alguma coisa no Congresso espero pelo pior. A arte e o congresso deveriam ser inimigos. Ou então se trata de arte oficial. Na história da meia-entrada, lá estavam os artistas, aplaudindo.
Essa história de meia-entrada é complicada. Falo do ponto de vista do cinema (os artistas no Congresso acho que pensavam em termos de teatro: para começar, talvez sejam situações diferentes). Os exibidores reclamam, há tempos, que precisam cobrar caro por causa da meia-entrada.
Pode ser. O Leon Cakoff escreveu artigos a respeito, mas nunca mostrou uma planilha de custos ou algo assim, de maneira que tudo me parece uma suposição, uma coisa meio impressionista.
Consideremos que, de fato, a meia-entrada ajude a encarecer o ingresso. Cada vez que vou ao cinema vejo que 80% do público é composto de estudantes. Se a cota de meias será limitada a 40% de cada sessão (supondo que isso possa ser controlado, o que me parece impossível), é justo imaginar que haverá uma queda de público considerável, mesmo que o preço do ingresso inteiro caia.
Para que exista compensação na receita, seria necessário então que o público não estudantil, os demais, crescesse ao menos na mesma proporção.
Isso pode acontecer? Existe algum estudo nesse sentido? Alguém sabe de alguma coisa? Temo que mais uma vez um assunto complicado (talvez até complexo) vá ser resolvido no tapa.
INÁCIO ARAUJO
Não sei por que, cada vez que vejo a classe artística aplaudindo alguma coisa no Congresso espero pelo pior. A arte e o congresso deveriam ser inimigos. Ou então se trata de arte oficial. Na história da meia-entrada, lá estavam os artistas, aplaudindo.
Essa história de meia-entrada é complicada. Falo do ponto de vista do cinema (os artistas no Congresso acho que pensavam em termos de teatro: para começar, talvez sejam situações diferentes). Os exibidores reclamam, há tempos, que precisam cobrar caro por causa da meia-entrada.
Pode ser. O Leon Cakoff escreveu artigos a respeito, mas nunca mostrou uma planilha de custos ou algo assim, de maneira que tudo me parece uma suposição, uma coisa meio impressionista.
Consideremos que, de fato, a meia-entrada ajude a encarecer o ingresso. Cada vez que vou ao cinema vejo que 80% do público é composto de estudantes. Se a cota de meias será limitada a 40% de cada sessão (supondo que isso possa ser controlado, o que me parece impossível), é justo imaginar que haverá uma queda de público considerável, mesmo que o preço do ingresso inteiro caia.
Para que exista compensação na receita, seria necessário então que o público não estudantil, os demais, crescesse ao menos na mesma proporção.
Isso pode acontecer? Existe algum estudo nesse sentido? Alguém sabe de alguma coisa? Temo que mais uma vez um assunto complicado (talvez até complexo) vá ser resolvido no tapa.
2 Comments:
Sr. Inácio, o que me diz dos espetáculos em que o número de lugares destinados aos tais "vips" chega a 30 por cento da lotação de uma casa de espetáculos?
Será que, caso a lei que limita a meia-entrada seja aprovada e aplicada, os produtores culturais ainda se sentirão no direito de submeter a lugares indecentes quem pagou pela sua inteira ou meia-entrada, deixando as melhores posições para quem está nos holofotes?
Quanto aos cinemas: o ar condicionado ligado no talo, a pipoca vendida a preço extorsivo e a propalada qualidade do sistema digital também continuarão a servir de muleta para os preços escorchantes das entradas?
By André Luiz, at 6:30 PM
O pessoal de cinema já fatura com propaganda, agora com menos meia entrada, mas eu acho que vai continuar tudo do mesmo jeito. O bom de acabar com meia entrada é que os boçais querendo mostrar seus celulares ficarão de fora.
mas eu acho que esse assunto já nasceu morto, logo, logo pára tudo e fica do mesmo jeito.
By Anonymous, at 11:44 AM
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